Meta mudou política na última sexta (11) para permitir mensagens que defendam violência contra russos no contexto da guerra da Ucrânia. Rússia chamou a companhia de ‘extremista’ e bloqueou o Instagram; plataforma tem 80 milhões de usuários no país, segundo diretor do app. Os quatro aplicativos mais baixados na última década pertencem todos à empresa de Mark Zuckerberg: Facebook (1º lugar), Facebook Messenger (2º), WhatsApp (3º) e Instagram (4º)nReutersnApós a Rússia restringir o acesso das principais redes sociais controladas pela gigante americana Meta, como o Instagram e Facebook, o número de usuários por uma rede privada virtual (VPN) – que criptografa dados e oculta onde o usuário está localizado – cresceu no país, conforme apontou a empresa de monitoramento Top10VPN à Reuters. nNa véspera da proibição do Instagram, iniciada nesta segunda-feira (14), a demanda por VPNs aumentou 2,088{14ccfcfa6ef9c123fd996eee8e90410dc79390a1f138460310b25569e6be9ecf} acima da média diária registrada em meados de fevereiro.nA restrição ao aplicativo foi resposta à mudança de política para discurso de ódio da Meta, anunciada na sexta-feira (11), que passou a permitir temporariamente que usuários das redes sociais em alguns países defendam atos de violência contra russos no contexto da guerra na Ucrânia.nRussos, então, acusaram a Meta de ser “extremista” e veicular mensagens que pediam o assassinato do presidente russo Vladimir Putin ou do presidente bielorrusso Alexander Lukashenko. nNesta segunda, a empresa mudou essa posição, vetando postagens que defendam a morte de chefes de Estado, nas páginas da Ucrânia.nLEIA TAMBÉM: nEntenda a importância do Instagram para os russosnRússia abre processo criminal contra Meta por ameaças de morte no FacebooknFacebook muda de novo a política, agora para vetar posts que peçam morte de chefes de estadonMaior que o FacebooknRussos usam muito mais o Instagram do que o FacebooknREUTERS/Thomas WhitenDe acordo com o comunicado do governo russo, a decisão de bloquear o app deu aos usuários 48 horas para transferirem suas fotos e vídeos para outras redes sociais e notificarem seus contatos e clientes.nOs russos usam muito mais o Instagram do que o Facebook, a rede social com mais usuários no mundo, segundo dados da consultoria eMarketer publicados pela agência France Presse.nO Facebook tinha 7,5 milhões naquele país em 2021, o equivalente a 7,3{14ccfcfa6ef9c123fd996eee8e90410dc79390a1f138460310b25569e6be9ecf} dos internautas, contra 51 milhões no Instagram. O Instagram não divulga dados de usuários por país, mas, na sexta-feira (11), Mosseri postou que são 80 milhões na Rússia. n”Essa decisão cortará 80 milhões na Rússia uns dos outros e do resto do mundo, já que cerca de 80{14ccfcfa6ef9c123fd996eee8e90410dc79390a1f138460310b25569e6be9ecf} das pessoas na Rússia seguem uma conta do Instagram fora de seu país. Isto está errado”, afirmou.nAssim como no Brasil, o aplicativo é extremamente popular entre os russos, tendo se tornado também uma ferramenta de vendas online crucial para muitas pequenas e médias empresas, assim como para artistas e artesãos, que dependem de sua visibilidade nesta plataforma para sobreviver.nA Meta também deverá perder com o bloqueio. Considerando o tamanho da audiência que pode visualizar a publicidade no app, a Rússia é quinto maior mercado para o Instagram – atrás apenas de Estados Unidos, Índia, Brasil e Indonésia, respectivamente. Os dados são de um relatório da agência We Are Social, em parceria com a plataforma Hootsuite.nA restrição ao Instagram se seguirá à do Facebook, que, assim como o Twitter, tem seu acesso restrito no país desde o último dia 4. Por enquanto, ainda não há informações sobre restrições ao WhatsApp na Rússia.nRede privadanDe acordo com a agência Reuters, a demanda por VPNs começou a crescer no país desde que sites russos e ucranianos foram alvos de ataques cibernéticos. No dia 4 de março, por exemplo, milhares de pessoas ficaram sem acesso à internet na Europa, provavelmente devido a um ataque contra uma rede de satélites.nGuerra cibernética: como as gigantes de tecnologia se posicionam no conflito entre Rússia e UcrânianEm 2021, a Rússia chegou a banir várias redes privadas, mas não conseguiu bloqueá-las completamente. Atualmente, são 203 sites de notícias e 97 sites de câmbio e criptomoedas bloqueados no país.nAssista: Rússia ataca Ucrânia também no front cibernéticonRússia ataca Ucrânia também no front cibernético