Descubra maneiras de evitar a disseminação de postagens falsas e informações mentirosas sobre o que se passa na invasão russa do país europeu. Cenas da produção de um filme ucraniano de 2020 viralizaram como se fossem da guerranFacebook/BBC BrasilnA invasão da Ucrânia pela Rússia deu início a uma onda de informações falsas publicadas nas redes sociais e outros meios de comunicação. Em uma série de podcasts para a Radio 4, da BBC, chamada “War on Truth” (Guerra contra a Verdade), a repórter da BBC especializada no assunto acompanha histórias de pessoas atingidas pela desinformação – e oferece algumas dicas sobre como evitá-la.nCompartilhe essa notícia no WhatsAppnCompartilhe essa notícia no TelegramnDesde que a guerra começou, minha caixa postal tem sido inundada com mensagens de pessoas me contando sobre vídeos enganosos aparecendo em suas timelines nas redes sociais e perfis falsos promovendo teorias da conspiração.nNão se trata apenas das redes sociais. Também existe propaganda financiada por governos espalhando alegações falsas nos meios de comunicação e além deles.nVEJA TAMBÉM:nFato ou fake analisa vídeo que mostra o “Fantasma de Kiev” em açãonAnimais de estimação em meio à guerra na Ucrânia; veja FOTOSnNa série de podcasts que eu produzi (em inglês), eu falo sobre a batalha de informação que está sendo travada em torno da Ucrânia – e ouvindo o que pessoas afetadas por ela têm a dizer. A principal pergunta é: como você pode ajudar a conter informações falsas – e evitar que elas se espalhem?n 1. Fique de olho em vídeos antigos e enganososnExistem vídeos bastante reais e perturbadores sendo compartilhados sobre o que está acontecendo na Ucrânia. Mas também existem imagens antigas, de conflitos anteriores, viralizando como se fossem da atual guerra no país. Com frequência, pessoas os compartilham porque ficam chocadas – ou mesmo numa tentativa de ajudar. Isso, porém, apenas aumenta o caos que os ucranianos vivem atualmente. nA melhor forma de descobrir se um vídeo é verdadeiro ou não é prestar atenção em alguns detalhes – por exemplo, como está o tempo na imagem, placas de estradas ou a língua em que as pessoas falam. Entre os vídeos falsos compartilhados como se fossem do atual conflito na Ucrânia estão imagens da grande explosão que atingiu Beirute (Líbano), em 2020, e da invasão russa da Crimeia, em 2014.nCena da guerra na Síria foi compartilhada como se fosse da UcrânianTwitter/BBC BrasilnUsando o Google Maps, você pode descobrir se o vídeo é realmente de onde ele diz ser. Além disso, você pode usar o recurso de busca inversa de imagens, disponível em vários sites, para verificar se aquele mesmo vídeo ou foto já havia sido compartilhado na internet anteriormente. Se foi, é um sinal importante de que ele foi reciclado de algum acontecimento anterior.n2. Quem está compartilhando? E por quê?nEm primeiro lugar, é importante examinar quem compartilhou uma postagem. Você consegue verificar quem é a pessoa – e se ela é uma fonte confiável? nAqueles que postaram vídeos enganosos estão às vezes procurando obter “likes” e compartilhamentos. A guerra na Ucrânia é um acontecimento perturbador, e postagens sobre o que acontece no conflito têm boa chance de viralizar. Outros, no entanto, estão compartilhando alegações falsas para promover algumas narrativas – para promover suas bandeiras políticas ou criar dúvida e confusão.nFato ou fake: Os EUA admitiram ter laboratórios de armas biológicas na Ucrânia em 2022?nÉ #FAKE que ucraniana protestou com cartaz pedindo que Zelensky fosse BolsonaronVários jovens da Ucrânia me falaram de perfis em redes sociais a favor da Rússia que discutem com ucranianos, sugerindo, sem ter provas, que a guerra está sendo “encenada” ou que a Ucrânia está bombardeando seu próprio território.nUm homem que eu entrevistei me explicou que mesmo fotos de sua casa, próximo a Kiev (capital da Ucrânia), completamente destruída por bombas não foram suficientes para convencer esses “trolls” da internet. Muitos deles têm poucos ou mesmo nenhum seguidor, pegaram sua foto de perfil de outros lugares na internet e usam nomes de usuário genéricos. Eles também só começaram a postar depois que a invasão começou. É difícil saber quem exatamente está gerenciando essas contas.nOutros perfis que promoviam alegações falsas sobre a pandemia de covid-19 mudaram de foco para se concentrar em teorias das conspiração sobre a guerra na Ucrânia. Os mesmos argumentos falsos – por exemplo, que aqueles feridos por bombardeios são “atores” – aparecem toda hora e têm sido promovidos por diplomatas russos.n3. Faça uma pausa antes de compartilharnMuito do que aparece nas redes sociais sobre a guerra é assustador. Esse tipo de material dispara uma reação – e isso significa que as pessoas às vezes compartilham postagens sem verificar se elas são verdadeiras. A desinformação se espalha porque mexe com nossas emoções e preferências.nA informação de que o ator Steven Seagal está lutando na Ucrânia é falsanTwitter/BBC BrasilnNão se trata apenas de emoções negativas. Às vezes, histórias de esperança também podem viralizar. No entanto, embora elas possam melhorar o moral em relação ao conflito, elas também contribuem para o caos na internet e tornam mais difícil entender o que realmente está acontecendo.nA guerra de informação, porém, é mais do que o que se vê nas mídias sociais. É uma batalha travada entre governos, da Ucrânia e da Rússia, que promovem suas próprias propagandas. nO que você pode fazer em relação a isso? Pergunte. Pergunte a si mesmo por que uma fonte específica pode estar dizendo alguma coisa – e se essa alegação é sustentada por algum tipo de evidência.nVocê pode ouvir o podcast War on Truth (Guerra contra a Verdade) clicando aqui (em inglês).nPor que as pessoas criam fake news?nPor que as pessoas acreditam em fake news