Empresa mudou política na última sexta (11) para permitir mensagens que defendam violência contra russos no contexto da guerra, em determinados países. Em resposta, Rússia chamou a companhia de ‘extremista’ e bloqueou o Instagram. Facebook mudou política de discurso de ódio em referência à guerra da UcrânianDado Ruvic/ReutersnA Meta, empresa que controla o Facebook e o Instagram, decidiu alterar novamente sua política sobre discurso de ódio para a Ucrânia, proibindo mensagens em perfis daquele país que defendam a morte de um chefe de Estado. nA informação consta de um comunicado interno da empresa visto pela reportagem da Reuters, no último domingo (13).nA mudança na política ocorreu depois que a Reuters informou que a Meta estava permitindo temporariamente algumas postagens no Facebook e no Instagram pedindo a morte do presidente russo Vladimir Putin ou do presidente bielorrusso Alexander Lukashenko.nApós a reportagem, a empresa confirmou, na sexta, que uma mudança temporária em sua política de conteúdo, aplicável apenas para a Ucrânia, era necessária para permitir que os usuários expressassem oposição ao ataque da Rússia. nPor que Facebook decidiu permitir elogio a Batalhão Azov e defesa de violência contra russosnNo mesmo dia, a Rússia abriu um processo criminal contra a empresa de mídia social e também determinou o bloqueio do Instagram — app largamente usado no país — a partir da meia-noite desta segunda (14).nRússia restringe Instagram, dizendo que aplicativo permite mensagens que pedem ‘assassinato de russos’nInstagram é mais usado que o Facebook na Rússia: entendan“Agora estamos estreitando o foco para deixar explicitamente claro na orientação que nunca deve ser interpretado como tolerar a violência contra os russos em geral”, escreveu o presidente de assuntos globais da Meta, Nick Clegg, em um post na plataforma interna da empresa.n”Também não permitimos pedidos para assassinar um chefe de Estado. Então, para remover qualquer ambiguidade sobre nossa posição, estamos estreitando ainda mais nossa orientação para deixar explícito que não estamos permitindo pedidos para a morte de um chefe de Estado em nossas plataformas”, disse Clegg. n”Estas são decisões difíceis. As circunstâncias na Ucrânia estão mudando rapidamente. Tentamos pensar em todas as consequências e mantemos nossa orientação sob constante revisão porque o contexto está sempre evoluindo”, completou Clegg. nNão haverá mudanças nas políticas de discurso de ódio no que diz respeito ao povo russo, afirmou o executivo. “A Meta é contra a russofobia. Não toleramos pedidos de genocídio, limpeza étnica ou qualquer tipo de discriminação, assédio ou violência contra os russos em nossa plataforma”, acrescentou.nClegg escreveu que a Meta planeja submeter a maneira como adaptou a orientação ao conselho de supervisão independente, que foi criado para ajudar a plataforma a responder a algumas das perguntas mais difíceis sobre liberdade de expressão. nA Meta não respondeu imediatamente a um pedido de comentário, fora do horário comercial. A empresa restringiu anteriormente o acesso aos meios de comunicação estatais russos RT e Sputnik em suas plataformas em toda a União Europeia.nRussofobia: entenda o ‘cancelamento’ dos russos pelo mundo