Plataforma tem 80 milhões de usuários na Rússia, segundo diretor do app. Russos acusam Instagram de divulgar apelos à violência contra o país, após mudança na política da plataforma. Acesso ao Instagram será bloqueado na Rússia a partir de segunda-feira (14)nReutersnA decisão de bloquear o Instagram na Rússia deve ter impactos que vão além da disputa entre o governo russo e a companhia americana, já que o aplicativo é bastante popular no país. A rede social tem 80 milhões de usuários russos, segundo o diretor Adam Mosseri.nA Rússia anunciou que vai restringir o acesso ao Instagram na próxima segunda-feira (14) como resposta à mudança de política para discurso de ódio da Meta, controladora do Instagram e também das plataformas Facebook e WhatsApp. nNa última sexta-feira (11), a empresa americana mudou temporariamente suas regras para permitir que usuários das redes sociais em alguns países defendam atos de violência contra russos no contexto da guerra na Ucrânia (saiba mais ao fim da reportagem).nMaior que o FacebooknDe acordo com o comunicado do governo russo, a decisão de bloquear o app na segunda dá aos usuários 48 horas para transferirem suas fotos e vídeos para outras redes sociais e notificarem seus contatos e clientes.nOs russos usam muito mais o Instagram do que o Facebook, a rede social com mais usuários no mundo, segundo dados da consultoria eMarketer publicados pela agência France Presse. nO Facebook tinha 7,5 milhões naquele país em 2021, o equivalente a 7,3{14ccfcfa6ef9c123fd996eee8e90410dc79390a1f138460310b25569e6be9ecf} dos internautas, contra 51 milhões no Instagram.nO Instagram não divulga dados de usuários por país, mas, na sexta, Mosseri postou que são 80 milhões na Rússia. “Essa decisão cortará 80 milhões na Rússia uns dos outros e do resto do mundo, já que cerca de 80{14ccfcfa6ef9c123fd996eee8e90410dc79390a1f138460310b25569e6be9ecf} das pessoas na Rússia seguem uma conta do Instagram fora de seu país. Isto está errado”, afirmou.nAssim como no Brasil, o aplicativo é extremamente popular entre os russos, tendo se tornado também uma ferramenta de vendas online crucial para muitas pequenas e médias empresas, assim como para artistas e artesãos, que dependem de sua visibilidade nesta plataforma para sobreviver.nA Meta também deverá perder com o bloqueio. Considerando o tamanho da audiência que pode visualizar a publicidade no app, a Rússia é quinto maior mercado para o Instagram – atrás apenas de Estados Unidos, Índia, Brasil e Indonésia, respectivamente. Os dados são de um relatório da agência We Are Social, em parceria com a plataforma Hootsuite.nA restrição ao Instagram se seguirá à do Facebook, que, assim como o Twitter, tem seu acesso restrito no país desde o último dia 4. Por enquanto, ainda não há informações sobre restrições ao WhatsApp na Rússia.nReação russa à MetanO anúncio do bloqueio do Instagram foi feito pelo Roskomnadzor, órgão que controla mídia e telecomunicações na Rússia. A decisão é uma resposta à mudança de política sobre discurso de ódio da Meta, controladora do Facebook, do WhatsApp e do Instagram.nA companhia americana está temporariamente liberando algumas mensagens que defendem a morte do presidente da Rússia, Vladimir Putin, ou do presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, em países que incluem Rússia, Ucrânia e Polônia, segundo uma série de e-mails internos enviados aos moderadores de conteúdo da empresa e vistos pela agência Reuters.nO governo Putin reclamou que “estão circulando mensagens na rede social Instagram incentivando e provocando atos violentos contra os russos” e que, por isso, restringiria a rede social.nA Procuradoria-Geral russa pediu ainda que a gigante da internet seja classificada como uma organização “extremista”.nRússia abre processo criminal contra Meta por ameaças de morte no FacebooknEm comunicado divulgado na sexta, o vice-presidente de assuntos globais da Meta, Nick Clegg, justificou as mudança nas regras da empresa. “O fato é que, se aplicássemos nossa política padrão de conteúdo sem qualquer ajuste, nós estaríamos removendo conteúdo de cidadãos ucranianos comuns expressando sua resistência e fúria contra as forças invasoras”, apontou Clegg.nO vice-presidente da Meta ressaltou que a companhia não tem nada contra o povo russo e que a plataforma “não vai tolerar russofobia ou qualquer tipo de discriminação, abuso ou violência direcionada aos russos”.